Crítica: Logan

Em 2000 Hugh Jackman e toda a turma dos x-men iniciavam sua jornada no cinema assim como a toda a geração de filmes de super-heróis que vivemos até hoje. 17 anos depois Jackman diz adeus a seu personagem naquele que deve ser o filme mais intenso de todos os X-men, com um Logan mais fiel aos quadrinhos com aspecto mais adulto e violento que os filmes anteriores. Agora o Wolverine se torna uma figura paterna e junto com Charles e Laura formam uma família no mínimo interessante.

363613Na trama, após o epilogo de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, a população mutante diminuiu significantemente e os X-Men chegaram ao fim. Logan, cujo poder de cura está diminuindo, se entregou ao álcool e agora ganha a vida como um motorista. Ele cuida de um doente e idoso Professor X, que ele mantém escondido. Um dia, uma desconhecida pede que Logan dirija uma jovem garota chamada Laura para a fronteira canadense. Primeiro, ele recusa, porém, o Professor tem esperado um longo tempo para ela aparecer. Laura possui uma grande destreza em luta e em muitas maneiras é igual ao Wolverine.

Hugh Jackman mostra mais uma vez ter sido a melhor escolha para o papel de Wolverine, agora com uma atuação mais centrada, Jackman mostra um Logan abatido pela vida, sobrevivendo sob os fantasmas do passado e com um fardo possivelmente maior do que ele pode carregar. Ao seu lado temos Patrick Stewart como Charles Xavier em uma relação paternal com Logan que sem dúvidas é um dos destaques do longa. Ambos quase irreconhecíveis com seus personagens agora velhos e cansados. Sem dúvidas o melhor trabalho dos atores como esses personagens desde que iniciaram essa jornada.

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Crítica: La La Land

O mais comentado filme da temporada é um verdadeiro prato cheio para os fãs do gênero e que vai satisfazer até mesmo aqueles que torcem o nariz para musicais. Damien Chazelle traz uma verdadeira homenagem a própria Hollywood, do cinema clássico ao moderno, e a música. Um filme para sonhadores que batalham por um lugar ao sol, movidos pela sua verdadeira paixão. Para completar tudo isso o longa ainda traz um casal de química irreparável que vai fazer todo mundo entrar na torcida pelos dois, uma escolha mais do que certa nas escalações de Emma Stone e Ryan Gosling para os papéis.

329329Na trama ao chegar em Los Angeles o pianista de jazz Sebastian (Ryan Gosling) conhece a atriz iniciante Mia (Emma Stone) e os dois se apaixonam perdidamente. Em busca de oportunidades para suas carreiras na competitiva cidade, os jovens tentam fazer o relacionamento amoroso dar certo enquanto perseguem fama e sucesso.

Damien Chazelle, diretor do também consagrado Whiplash (2015), confirma-se como um jovem prodígio em Hollywood depois de La La Land. Chazelle traz um visual gracioso e ensolarado para o longa, e sequências musicais quase sem cortes bem elaboradas, já começando na excelente sequência de abertura. O diretor homenageia Hollywood por todo lado, desde a arte nas ruas até a tela do cinema. A inúmeras referências a clássicos musicais, porém entregues de uma maneira mais direcionada para as novas gerações.

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Crítica: Animais Fantásticos e Onde Habitam

A exato 15 anos o mundo mágico criado por J. K. Rowling chegava as telas dos cinemas, depois de conquistar uma legião de fãs com os livros da saga. Agora um novo passo no mundo mágico foi dado, uma nova aventura, pela primeira vez uma história inédita no cinema e um roteiro assinado pela própria Rowling.

072693Na trama, que se passa 70 anos antes dos fatos que iniciam a saga de Harry Potter, somos apresentados o excêntrico magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) que chega à cidade de Nova York levando com muito zelo sua preciosa maleta, um objeto mágico onde ele carrega fantásticos animais do mundo da magia que coletou durante as suas viagens. Em meio a comunidade bruxa norte-america, que teme muito mais a exposição aos trouxas do que os ingleses, Newt precisará usar todas suas habilidades e conhecimentos para capturar uma variedade de criaturas que acabam fugindo.

Com o passar do tempo, após o lançamento de Harry Potter e a Pedra Filosofal os personagens foram crescendo e a trama ficando mais adulta. Ao mesmo tempo, o público também foi crescendo junto com os atores. Com o anúncio deste novo longa no mesmo universo, o receio do público era de que a trama ignorasse este amadurecimento do espectador para investir mais uma vez no público infantil. O que, felizmente, não é o que acontece. Animais Fantásticos e Onde Habitam traz uma trama mais adulta para o público que cresceu com a franquia, porém sem deixar de lado toda a magia e inocência deste universo.

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Crítica: O Lar das Crianças Peculiares

Confesso que não conheço a obra de Ransom Riggs, porém ao que me parece o universo criado por ele se assimila e muito aos trabalhos de Tim Burton, um universo místico e misterioso onde o impossível acontece, e isso justifica a escolha do diretor na adaptação do longa. O Lar das Crianças Peculiares apresenta um universo interessante e cativante, apesar do ar misterioso e até um pouco assustador, que encanta por meio de crianças peculiares e suas habilidades que são devidamente bem apresentadas com todas as ferramentas para desenvolver uma narrativa interessante, o que, infelizmente, não acontece.

239318Na trama após a estranha morte de seu avô (Terence Stamp), o jovem Jake (Asa Butterfield) parte com seu pai para o País de Gales. Lá ele pretende encontrar a srta. Peregrine (Eva Green), atendendo ao último pedido do avô, que lhe disse que “ela contará tudo”. Só que, ao chegar, descobre que o local onde ela viveria é uma mansão em ruínas, que foi atingida por um míssil durante a Segunda Guerra Mundial. Ao investigar a área, Jake descobre que lá há uma fenda temporal, onde a srta. Peregrine vive e protege várias crianças dotadas de poderes especiais.

O elenco é um dos atrativos do filme, Asa Butterfield e as outras crianças do orfanato cumprem bem os seus papeis, porém, o destaque fica para Eva Green como a curiosa Srta. Peregrine. Por outro lado, temos Samuel L. Jackson como um vilão no mínimo duvidoso, um personagem presente apenas na trama do filme.

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Crítica: Esquadrão Suicida

Heróis politicamente incorretos unidos para salvar o dia. Seguindo a linha do sucesso da Marvel com Guardiões da Galáxia, um projeto que ninguém esperava nada e que deu super certo, eis que surge Esquadrão Suicida, que diferente de guardiões apresenta personagens mais conhecidos do público. A empreitada de DC/Warner era para ser um plano B ou C, algo que não ficaria na linha de frente do universo DC no cinema. Até que o plano A, Batman vs Superman, não tem o desempenho esperado e muda tudo para os demais.

008711Ai então Esquadrão vira o centro das atenções, por precaução passa por refilmagens e chega ao resultado final que já estar nos cinemas. Para superar logo os problemas com BvS, a Warner e a DC investem em uma campanha exagerada, inúmeros trailers, pôsteres, comerciais e tudo mais para vender um filme pirado e perfeito, o que eleva bastante as expectativas para o longa de David Ayer, que aparentemente não iria conseguir supera-las, e é exatamente o que acontece.

Esquadrão Suicida se passa em um mundo pós-Superman, após os acontecimentos de A Origem da Justiça, como o governo lida com a forma de responder a próxima vez que visitas alienígenas apareçam na Terra com intenções menos nobres do que o Homem de Aço. A resposta, de acordo com a implacável oficial de inteligência Amanda Waller (Viola Davis), é recrutar criminosos mais vis da sociedade, armados com habilidades letais e poderes sobre-humanos. Seu primeiro alvo é a arqueóloga possuída Juno Moone/Magia (Cara Delevingne).

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Crítica: X-Men – Apocalipse

Os X-mens estão de volta no cinema, desta vez na adaptação de uma das sagas mais importantes dos mutantes, a Era de Apocalipse. Pela quinta vez Bryan Singer assume o posto de diretor na saga dos mutantes que agora engrena de vez em sua nova versão pós Dias de Um Futuro Esquecido.

275648Na trama, o também conhecido como Apocalipse, En Sabah Nur (Oscar Isaac) é o mutante original. Após milhares de anos, ele volta a vida disposto a garantir sua supremacia e acabar com a humanidade. Ele seleciona quatro Cavaleiros nas figuras de Magneto (Michael Fassbender), Psylocke (Olivia Munn), Anjo (Ben Hardy) e Tempestade (Alexandra Shipp). Do outro lado, o professor Charles Xavier (James McAvoy) conta com uma série de novos alunos, como Jean Grey (Sophie Turner), Ciclope (Tye Sheridan) e Noturno (Kodi Smit-McPhee), além de caras conhecidas como Mística (Jennifer Lawrence), Fera (Nicholas Hoult) e Mercúrio (Evan Peters), para tentar impedir o vilão.

Apesar da trama funcionar bem, em alguns momentos ela poderia ser mais explorada. O foco do filme é a batalha com Apocalipse, deixando um pouco de lado as interações entre os x-mens como equipe, o que faz falta na trama já que é uma parte importante nas histórias dos mutantes.

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Crítica: Capitão América – Guerra Civil

Com um universo já bem definido no cinema a Marvel dá início a sua terceira fase de produções. Sobe as mãos de Anthony e Joe Russo a adaptação de uma das sagas mais importantes nas HQs funciona muito bem e os diretores mostram que estão preparados para dirigir o grandioso Vingadores 3: Guerra Infinita.

363874Na trama Steve Rogers (Chris Evans) é o atual líder dos Vingadores, super-grupo de heróis formado por Viúva Negra (Scarlett Johansson), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Visão (Paul Bettany), Falcão (Anthony Mackie) e Máquina de Combate (Don Cheadle). O ataque de Ultron fez com que os políticos buscassem algum meio de controlar os super-heróis, já que seus atos afetam toda a humanidade. Tal decisão coloca o Capitão América em rota de colisão com Tony Stark (Robert Downey Jr.), o Homem de Ferro.

Com a difícil tarefa de continuar a saga do Capitão América, afinal se trata de um filme solo do herói, levando em consideração todos os acontecimentos de A Era de Ultron, Christopher Markus e Stephen McFeely construíram um roteiro que não só cumpre de forma excelente a tarefa como encaixa muito bem todos os 12 super-heróis que estrelam o longa, nenhum deles é deixado de lado e a trama funciona de forma que todos participem.

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Crítica: O quarto de Jack

Nesta emocionante história, onde conhecemos o drama de uma mãe e seu filho que viviam em cativeiro, o diretor Lenny Abrahamson (Frank) tinha pela frente o difícil projeto de adaptar o romance homônimo escrito por Emma Donoghue (lançado em 2010) onde a maior dificuldade era principalmente pelo fato da história ser narrada sob a perspectiva da criança porém, Abrahamson cumpre sua tarefa com ajuda da própria autora do livro que assina o roteiro do filme.

141739Na trama, que é levemente inspirada no caso real revelado em 2008 de uma jovem que foi mantida em cativeiro na Áustria pelo pai (e abusada sexualmente por ele) durante 24 anos, Joy (Brie Larson) e seu filho Jack (Jacob Tremblay) vivem isolados em um quarto. O único contato que ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica do Velho Nick (Sean Bridgers), que os mantém em cativeiro. Joy faz o possível para tornar suportável a vida no local, mas não vê a hora de deixá-lo. Para tanto, elabora um plano em que, com a ajuda do filho, poderá enganar Nick e retornar à realidade.

O longa aborda não somente o drama da vida dessa jovem e de seu filho vivendo em cativeiro mas também a dificuldade deles em se adaptar à sociedade, novamente para Joy e pela primeira vez para Jack, já que o garoto conhece apenas o quarto e tudo para ele é novidade.

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Crítica: Deadpool

O aguardado filme do mercenário tagarela finalmente chegou. Apesar de apresentar menos do que aparentava, o longa de Tim Miller agrada e traz tiradas comidas excelentes, efeitos e ação descentes e o Ryan Reynolds naquele que provavelmente pode ter sido seu melhor trabalho até agora.

412201Na trama o ex-militar e mercenário, Wade Wilson (Ryan Reynolds) é diagnosticado com câncer em estado terminal, porém encontra uma possibilidade de cura em uma sinistra experiência científica. Recuperado, com poderes e um incomum senso de humor, ele torna-se Deadpool e busca vingança contra o homem que destruiu sua vida.

A trama traz todas as características do personagem, respeita muito o material original e brinca com referências a cultura pop, até mesmo os trabalhos anteriores de Reynolds como super-herói, são tantas referências que o filme pode acabar se tornando um humor para poucos, porém funciona muito bem. Outra característica da trama que funciona é sua construção não-linear, pois ela permite contar a origem do personagem sem de fato transformar o longa em um tedioso filme de origem.

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Crítica: Star Wars – O Despertar da Força

Finalmente chegou o dia, o filme mais aguardado do ano está entre nós. 10 anos depois do último lançamento de um filme da saga e 32 após a trilogia original, o novo Star Wars finalmente chegou. Uma das maiores e mais amadas franquias do cinema, agora sobe as mãos de J.J Abrams e propriedade dos estúdios Disney. A saga de George Lucas agora busca lugar entre as novas gerações, mesmo não sendo necessário, já que os fãs de outros tempos já conseguem manter novos filmes no cinema. Não existe dúvidas que Star Wars se tornou uma febre mundial, fruto do excelente marketing encima da franquia que expandiu os universos da marca e que podem torna a bilheteria desde filme a maior na história. Por isso a expectativa encima deste filme era gigante, assim como o desafio de fazer esse rejuvenescimento da franquia. Para nossa sorte Abrams e a Lucasfilm acertaram em cheio.

408904Na trama deste novo episódio, mantida em segredo até seu lançamento e que foi uma jogada muito inteligente, sobre os escombros do império surge a Primeira Ordem, a nova ameaça na galáxia. A resistência segue lutando contra essa ameaça com o apoio da nova república. A agora general da resistência, Leia procura seu irmão, Luke, que está desaparecido para tentar reestabelecer a ordem Jedi. Assim Poe Dameron, piloto da resistência, é enviado a Jakku para procurar pistas sobre Skywalker quando é abordado pela Primeira Ordem.

A trama criada por Abrams, Michael Arndt e Lawrence Kasdan pode não ser perfeita, mas não decepciona. Apesar de bem desenvolvida, muitos mistérios ainda são mantidos, de forma intencional ou não, que deixam alguns fatores confusos, mas que no geral não estragam a experiência final. Esse é sem dúvidas um novo Star Wars, uma nova geração, porém muitas referências da saga são inseridas de forma muito inteligente durante o filme, de forma que não prejudique a experiência dos novatos e que faça os fãs mais antigos vibrarem. É um novo Star Wars com a alma da trilogia original.

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